O estudo das Ciências
Humanas e Sociais em articulação com as Ciências da Natureza, das
Linguagens, mais a Matemática, pode contribuir para a compreensão
do processo histórico-social da produção de conhecimento, mediante
o questionamento dos fenômenos naturais e sociais na sua “obviedade”
aparente.
Dessa forma, os estudos
no interior de cada disciplina, ao se constituírem em objetos de
ensino, formam um corpo de conhecimentos que obedece às suas
próprias regras internas – epistemológicas e, metodológicas –
de estruturação. Isso confere à dinâmica escolar uma determinada
ordem mais ou menos condicionante dos discursos em que se dá a
conhecer, além de certa relação de pré-requisitos que devem ser
atendidos com vistas à sua aquisição, associada ao desenvolvimento
cognitivo dos estudantes.
Assim, a
interdisciplinaridade não é algo artificial, mas uma necessidade.
Como afirma Frigotto (1995 p. 33): “O trabalho interdisciplinar
se apresenta como uma necessidade imperativa pela simples razão de
que a parte que isolamos ou arrancamos do contexto originário do
real para poder ser explicada efetivamente, isto é, revelar no plano
do pensamento e do conhecimento as determinações que assim a
constituem, enquanto parte, tem que ser explicada na integridade das
suas características e qualidades da totalidade.” É
justamente o exercício de responder a esta necessidade que o
trabalho interdisciplinar se apresenta como um problema crucial,
tanto na produção do conhecimento quanto aos processos educativos e
de ensino.
A
contextualização é sem dúvida, uma orientação pertinente e útil
à formação integrada. Ela se torna, na verdade, uma estratégia de
análise da realidade social pelos educandos com base no conhecimento
sistematizado. Trata-se de um processo que provoca a investigação
coletiva, um interrogar permanente sobre a cotidianidade
contraditória e, muitas vezes perversa, frente ao próprio papel que
deve cumprir a escola.
O
processo de ensino-aprendizagem contextualizado é um importante meio
de estimular a curiosidade e fortalecer a confiança do educando. Por
outro lado, sua importância só pode valer se for capaz de fazer com
que este tenha consciência sobre seus modelos de explicação e
compreensão de realidade, reconhecendo-os como distorcidos ou
limitados a determinados contextos.
A
pesquisa, então, instiga o estudante no sentido da curiosidade em
direção ao mundo que o cerca, gera inquietude, para que não sejam
incorporados “pacotes fechados” de visão deste mundo, de
informações e de saberes, quer sejam do senso comum, escolares e
científicos. Mas o princípio pedagógico da pesquisa está em
compreender a ciência não somente na dimensão metodológica, mas
também, e fundamentalmente, na perspectiva filosófica. Isto porque
é preciso aprender e discutir as diversas concepções de ciência
para que o educando possa se situar nesse mundo e compreender o
sentido que historicamente vem tomando a produção científica em
nosso país.
Momento Formativo
Fonte:
Caderno 04: Áreas de Conhecimento e Integração Curricular -
“Conhecimento das diferentes áreas” (Aula 03)
“CEJAP
– Dedicação, responsabilidade e compromisso!”