A Justiça Federal no Ceará decidiu anular 13 questões do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) que foram antecipadas por um colégio de
Fortaleza. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (31) e é
válida para todo o Brasil. O Ministério da Educação informou que vai
recorrer da decisão entre quinta-feira (3) e sexta-feira (4).
De acordo com a Justiça Federal, a anulação das 13 questões foi uma
resposta à ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que
havia pedido o cancelamento total das provas do Enem ou, pelo menos, a
suspensão parcial das questões envolvidas na polêmica.
Foram anuladas as questões 32, 33, 34, 46, 50, 57, 74 e 87, da
prova amarela do 1º dia, além das questões 113, 141, 154, 173 e 180, da
prova amarela do 2º dia. As mesmas questões correspondem a números
diferentes nas provas de outras cores, que também serão anuladas.
O MEC confirmou no dia 27 de outubro que as 14 questões que vazaram
do Enem estavam no pré-teste aplicado no Colégio Christus, em
Fortaleza, em outubro de 2010. O ministro da Educação, Fernando Haddad,
disse que professores do colégio reproduziram e distribuíram dois dos
36 cadernos de pré-teste.
Como solução, o MEC cancelou a prova dos 639 alunos do Christus e
convocou os estudantes para um novo exame nos dias 28 e 29 de novembro,
quando será aplicado o Enem aos presidiários e adolescentes que cumprem
medidas socioeducativas privados de liberdade.
Na ação, o Ministério Público Federal pediu ainda a suspensão da
medida do MEC que anula o Enem somente para os 639 alunos do colégio
Christus.
Luís Praxedes Vieira da Silva, juiz da 1ª vara da Justiça Federal
do Ceará, afirma em sua decisão que anular o Enem somente dos alunos do
Colégio Christus "foge da lógica do razoável, ofende o princípio da
isonomia e proporcionalidade, bem como anular a prova no país inteiro é
algo desproporcional e implicaria em grande prejuízo".
Segundo o juiz, o fato é que as questões foram divulgadas antes da
prova e possivelmente obtidas há um ano. Para Silva, não se sabe se
apenas os 639 alunos do terceiro ano do ensino médio do Christus
tiveram acesso ou os cerca de 300 estudantes do mesmo colégio do curso
pré-vestibular também tomaram conhecimento das questões antes do exame.
Decisão arbitrária
O MEC considera a decisão arbitrária e desproporcional e informou que
vai recorrer. O Ministério ainda afirmou que a decisão é injusta e que
vai lutar para que ela não se mantenha.
Mais uma questão
O procurador federal no
Ceará, Oscar Costa Filho, autor da ação, informou que vai enviar
requerimento para pedir que o juiz estenda os efeitos dessa anulação
para uma 14ª questão, que também foi vazada no exercício distribuído
pelo colégio Christus. O MPF entrou com ação para anulação de 13
questões, mas depois o MEC confirmou haver 14 questões idênticas ou
parecidas.
" CEJAP - Dedicação, compromisso e responsabilidade! "
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