Comumente
encontramos nas críticas dirigidas à escola a responsabilização
pelo despreparo dos alunos para atuarem no mundo real. Nessa crítica,
dois aspectos são apontados como causa da descontextualização
cultural e social dos conhecimentos escolares e, consequentemente, do
insucesso e fracasso da aprendizagem: a seleção e a forma de
organização dos conteúdos por áreas de conhecimentos e por
disciplinas e os processos de avaliação de ensino.
Uma
tendência para interpretar o processo de disciplinarização, com
vistas à superação da fragmentação, e da compartimentação dos
conhecimentos consiste em considerar que a disciplina científica, a
disciplina acadêmica e a
disciplina escolar; têm constituições diferentes e cumprem
finalidades sociais distintas.
Dessa
forma, é possível interpretar que, no modelo tradicional de escola
que visa a uma formação propedêutica, as disciplinas escolares
adotam como referência os conhecimentos produzidos pela ciência
que, muitas vezes, buscam verdade em si e para si e, neste universo
conceitual autocentrado, os conhecimentos escolares resultam
desconectados das realidades que a própria ciência ajuda a
construir.
Na
história da educação, quando se buscam melhorias dos processos de
ensino e aprendizagem tendo em vista uma melhor compreensão da
realidade e dos conteúdos culturais, a questão da integração
curricular tem se colocado como uma possibilidade pensada a partir de
diferentes pressupostos educativos e pedagógicos.
Logo, as
áreas de conhecimento na organização curricular devem expressar o
potencial de aglutinação, integração e interlocução de campos
de saber, ampliando o diálogo entre os componentes curriculares e
seus respectivos professores, com consequências perceptíveis pelos
educandos e transformadores da cultura escolar rígida e fragmentada.
Para
isto, é o princípio da historicidade do conhecimento que pode
contribuir, pois o trabalho pedagógico fecundo ocupa-se em
evidenciar, junto aos conceitos, as razões, os problemas, as
necessidades e as dúvidas que constituem o contexto de produção de
um conhecimento. Sendo assim, a interdisciplinaridade torna-se mais
do que um método, e sim uma necessidade na busca da contextualização
e integração dos saberes escolares.
Momento Formativo
“CEJAP
– Dedicação, responsabilidade e compromisso!”