Desde
que a LDB (9.394/96) foi sancionada, identificamos o intenso debate a
respeito da “reinvenção” dos espaços escolares. As atuais
DCNEM reforçam essa ideia ao destacar o protagonismo dos jovens
estudantes como sujeitos do processo educativo. Desse modo, ao
reconhecermos as experiências, os saberes e as identidades culturais
de nossos estudantes, temos condições de estabelecer diálogos e
construir relacionamentos profícuos.
A escola pública é o espaço onde o diálogo, a colaboração e o comprometimento coletivo podem potencializar os processos educativos dos sujeitos. As práticas de ensino alheias à realidade social da comunidade, o incentivo à competitividade entre os estudantes, a ausência de debates, de espaços de negociação e de participação democrática na gestão escolar apenas concorrem para o desencantamento com a instituição escolar.
Por isso, o ensino das ciências humanas junto ao fazer pedagógico da escola precisa “oferecer aos jovens novas perspectivas culturais para que possam expandir seus horizontes e, assim, dotá-los de autonomia intelectual, assegurando-lhes o acesso ao conhecimento historicamente acumulado e à produção coletiva de novos conhecimentos, sem perder de vista que a educação também é, em grande medida, uma chave para o exercício dos demais direitos sociais”. (BRASIL, 2011, p.1).
Em outras palavras, no âmbito do diálogo entre os componentes curriculares das Ciências Humanas, é preciso levar em conta uma prática científica que não se exima de pôr em causa suas próprias operações e seus instrumentos de pensamento, seus conceitos e teorias, como primeiro passo em busca da forma como outros instrumentos de pensamento, conceitos e teorias, muitas vezes popularizados, foram construídos.
Essa autorreflexão é, talvez, a maior contribuição que os professores do Ensino Médio podem se apropriar para pensar os sujeitos da aprendizagem e a si próprios. Como tal, é também um exercício que pode ser estimulado com e pelos estudantes, potencializando o prazer pelo saber e pelo conhecimento de Si e do Outro como parte de uma estratégia para a autonomia intelectual.
Assim, constatamos que não faltam desafios às instituições escolares, aos profissionais da educação e aos estudantes e comunidades, para a construção de uma escola plural e diversa, comprometida não apenas com a inserção qualificada no mundo do trabalho, mas especialmente nas novas configurações e relações sociais.
Entendemos que a escola e seus processos educativos não podem ser reduzidos às mediações estritas do mercado de trabalho. Se por um lado não podemos desconsiderar a formação do sujeito para a vida social, que inclui o mundo do trabalho, por outro lado as instituições educacionais têm função primordial na formação de sujeitos críticos e não tutelados, capazes de desenvolver autonomia ética e elevação estética, e preparados para criarem e se engajarem em processos de discussão e de articulação sociopolíticos solidários, democráticos e participativos.
Confira as fotos!
Fonte: PACTO Nacional – Formação de Professores do Ensino Médio: Etapa II – Cad 02/Aula 02.
“CEJAP
– Dedicação, responsabilidade e compromisso!”
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